Artigo de Marisa Bueloni: À espera do novo tempo


31.07.2011 -

O ano era 1999, e o mundo começava uma contagem regressiva para o ano 2000. Havia em toda parte um forte clima místico, a espera da chegada do novo milênio, o século XXI. Até que todos se lembraram de que este início se daria em janeiro de 2001, quando, então sim, se poderia considerar o novo século.

     E eis que o ano de 2001 despontou com todas as luzes a que teve direito. Os magos olharam para suas cartas, os oráculos apresentaram suas previsões e sentenças; pedras, búzios e um grande aparato de mapas tentaram um acerto geral, mas o futuro sempre mostrou sua face perigosa e indecifrável, quando se trata de garantir a sobrevivência da vida na Terra. Quem trabalhou para a chegada do futuro?

     O futuro parece estar sempre a nossa frente, a um passo adiante e, quando chegamos lá, há ainda mais futuro no horizonte. O futuro nunca acaba e nos fartamos dele, nos empolgamos ao falar de um tempo que chega e se vai, a um simples olhar. A virtualidade do tempo é um fator precioso. Nós dizemos que o tempo está passando rápido, quando, na verdade, nós é que passamos...

     O ano era 1999 e muitos diziam que os três noves eram, na verdade, três algarismos de número seis, vistos de cabeça para baixo, cujo significado apontava para a besta do Apocalipse, conhecida como “meia, meia, meia” (666). Contudo, estudiosos das profecias bíblicas e das Cartas dos  Apóstolos contradiziam tais suposições com argumentos fortes e precisos. Também os adeptos das doutrinas místicas quanto à chegada de uma “nova era” começaram a entender a linha da história e do tempo.

     Mas nem todos. Ainda há futurólogos entusiasmados com as próprias previsões; há pessoas religiosas tentando encontrar um sinal para seus prognósticos, numa mistura espiritual com números de salmos e versículos bíblicos. Quando se tenta convencê-los de que praticam uma condenável “numerologia”, alguns respondem meio enfezados, julgando que, por se tratar de cálculos bíblicos, estariam professando a sã doutrina. Na verdade, o futuro é o fascínio e tentar levantar só uma pontinha do seu véu tem feito a loucura de uma multidão.

     As Sagradas Escrituras contêm informações acerca dos tempos finais, porém numa linguagem de difícil interpretação, que pode implicar erros e confusões. É preciso ter Sabedoria, um dos sete dons do Espírito Santo. Os crentes interessados no estudo de Escatologia se debruçam sobre a Bíblia e buscam algumas respostas. Muitas estão lá, sob um manto inexpugnável.

     Assim como São Jerônimo, um grande biblista, se debruçava sobre o livro de Ezequiel, muitos hoje esquadrinham a Palavra de Deus para extraírem dela a necessária salvação – em todos os sentidos. Ezequiel é considerado o profeta das visões, da imaginação e do simbolismo. Não foi à toa que o santo cansou a vista, esmiuçando cada detalhe da vasta matéria profética.

     Olhando também para o mundo com algum amor pelos detalhes de sua vastidão, sentimos o desejo de ver nascer uma “nova era”, ou seja, um “novo mundo”, de Novos Céus e uma Nova Terra, conforme prometidos na Palavra. Todo ser humano é capaz de emitir um julgamento sobre o ponto de saturação a que chegamos: violência, ódio entre as nações, corrupção, injustiças e falta de respeito para com a vida, sobretudo para com a vida humana. Em algumas mensagens aos profetas de hoje, o Senhor diz que nunca houve uma geração tão perversa quanto a nossa. Não virá Javé lutar em favor do Seu povo?

     Virá. O Senhor virá do céu, em glória, nas nuvens e todo olho O verá. “Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor” (Mat 24:42). Feliz o servo a quem o Senhor encontrar digno naquele Dia.


Marisa Bueloni mora em Piracicaba, é formada em Pedagogia e Orientação Educacional – [email protected]


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne