Bispo Dom Aquino Corrêa: Deve bastar a um católico a palavra da Igreja ou do Papa


30.09.2012 - Publicamos recentemente neste espaço algumas considerações de um bispo mato-grossense do século XX sobre a intolerância católica. O homem de coragem de quem falávamos na ocasião é Dom Francisco de Aquino Corrêa. Ele foi arcebispo de Cuiabá durante um período conturbado da história mundial – administrou a diocese da capital durante a Segunda Grande Guerra -, sendo sempre um homem de extrema fidelidade à Igreja e ao Santo Padre, o Papa. Grande orador e escritor, foi o primeiro mato-grossense a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Em Cuiabá, o nome de Dom Aquino Corrêa é bastante conhecido; entretanto, não se pode falar o mesmo de sua obra. Por isso, o nosso apostolado deseja levar adiante um trabalho para maior conhecimento e propagação das magníficas letras escritas e pronunciadas por este ilustríssimo membro do episcopado brasileiro.

Vivemos tempos tenebrosos, em que as nuvens escuras de uma teologia avessa aos valores do Evangelho cobrem a Igreja brasileira e sufocam a esperança de muitas vocações sacerdotais. Por isso é importante que apeguemo-nos a figuras zelosas, personagens bravas, que colocavam a obediência a Cristo acima dos respeitos do mundo. Dom Aquino Corrêa foi, sem dúvida, um destes homens extraordinários, que trazem alento e novo fulgor à Igreja. Também em nossa época, possamos redescobrir o tesouro da Fé exposto nos discursos e escritos de Dom Aquino – um homem de fibra.

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“Deve bastar a um católico a palavra da Igreja ou do Papa, para tirar-lhe toda a dúvida: Roma locuta, causa finita. Mesmo que não se trate de artigos de fé, não se discute. A Igreja e o Papa enxergam muito mais, e muito mais sabem do que nós, inspirados como são, em maneira toda peculiar, pelo Espírito Santo.”

“Dizemos isto, particularmente com referência a certas sociedades condenadas pela Igreja, e às quais, por conseguinte, não pode filiar-se o católico. Algumas dessas sociedades, como o protestantismo, não enganam o católico. São eles, os protestantes, os primeiros a não quererem ser, nem parecer católicos, e nisto se mostram muito lógicos e coerentes, dignos de louvor. Assim é que nunca se viu nenhum deles apresentar-se para padrinho de Batismo ou de Crisma, nem serem reclamados para eles, depois da morte, os sufrágios religiosos e públicos do catolicismo.”

Outras sociedades, porém, como a maçonaria, o espiritismo etc., embora saibam que são reprovadas pela Igreja Católica, insistem em fazer crer que os seus membros possam continuar como bons católicos. E muitos se deixam iludir e ilaquear. Já se viu maior contrassenso? Nem a maçonaria, nem o espiritismo, nem sociedade alguma tem competência para julgar o que pode ou não pode fazer um católico, sem faltar à fidelidade para com a Igreja. O católico, que se inscreve em semelhantes associações, deve, para ser leal e sincero, renunciar aos seus direitos nessa Igreja, a quem não mais reconhece por mãe, a quem desobedece, a quem ipso facto repudia solenemente.”

“Ou a Igreja é o que diz ela ser, única arca de salvação, ou não é: se é, faz-se mister obedecer-lhe em tudo; se não é, por que teimar em pertencer a uma Igreja, que, na hipótese, seria a maior impostura, que jamais existiu em todo o mundo e em todos os séculos?”

(…)

“Não se pode servir a dois senhores: força é escolher entre a Igreja e a maçonaria, entre a Igreja e o espiritismo, entre a Igreja e quaisquer associações por ela excomungadas. Assim já procederam muitos, que, afinal, morreram, tranquilos, no seio maternal da Igreja. Porquanto, isso de claudicar para dois lados, como dizia o profeta Elias, ora com o Deus verdadeiro, ora com Baal; ou como dizemos nós, acender uma vela a Deus e outra ao diabo, é o caminho mais seguro da perdição eterna.”

[Dom Aquino Corrêa, 15 de agosto de 1948. Cartas Pastorais, vol. III, tomo II. Testamento do Vosso Arcebispo. pp. 300-301. Brasília, 1985.]

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No tempo de Dom Aquino Corrêa, o católico que se filiasse às seitas maçônicas, estava excomungado da Igreja. A pena de excomunhão não é mais prevista no novo Código de Direito Canônico, de 1983; mas “permanece (…) imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas”, estando em pecado mortal os fiéis que pertencem a estas seitas. Ou seja, catolicismo e maçonaria continuam incompatíveis. Portanto, a crítica severa de Dom Aquino permanece, em toda sua atualidade… e rigidez.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

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