Santa Teresinha: "A vida é apenas um sonho, em breve acordaremos e que alegria! Quanto mais nossos sofrimentos são grandes, tanto mais nossa glória será infinita"


29.08.2018 - 

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O sofrimento de Teresa era atroz, porque além da doença ao peito se juntou a tubercolose aos intestinos, que trouxe com si a gangrena, enquanto se formavam chagas, causadas pela sua extrema magreza; males que não podiam em algum modo aleviar e se anunciaram dias ainda mais tristes. Foi ela mesma a acompanhar as irmãs dentro ao mistério da sua paixão que se preanunciava particularmente insuportável.

Apesar de todos os sofrimentos físicos e espirituais, ela iluminava com seu sorriso e aquecia com sua caridade as demais religiosas do convento. Naquela enfermaria não se respirava atmosfera de tristeza. Santa Teresinha não o permitia! Escreve sua irmã Maria: “Quanto à força moral, é sempre a mesma coisa, a alegria em pessoa, fazendo rir todos quantos dela se aproximam. Creio que ela morrerá rindo, de tal forma ela é alegre!”

Quando a agonia de Teresa chegou foi terrível e longuíssima. Contou a irmã Celina (Irmã Genoveffa): "lá pela metada da tarde, ela sentiu dores estranhas em todos os membros. Pousando então o braço no ombros de Madre Agnese de Jesus, ela estendeu o outro em direção a mim para fazer-se apoiar e ficou assim por alguns instantes. Naquele momento tocou três horas... e nós sentimos uma certa emoção. Que coisa pensava ela naquele momento? A nós vinha a imagem surpreendente de Jesus na Cruz e aquela coincidência me pareceu cheia de mistério". (PO 310).

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As cinco se deram conta que o fim era eminente: "Por mais de duas horas a falta de ar se fez sentir. O vulto era congestionado, as suas mãos roxas, tinha os pés gelados e tremia com todos os membros. Um suor intenso lhe descia pelo rosto com gotas enormes e banhava as suas bochechas. Era debaixo de uma opressão crescente, as vezes dava pequenos gritos involuntários. Às seis, quando tocou o Angelus, olhou longamente a estátua da S. Virgem...". (QG 30.9).

As últimas palavras que Teresa pronunciou sobre a terra, fixando o seu Crucifixo poucos instantes antes de expirar, colpiram os corações de muitos cristãos "Oh, eu o amo! Meu Deus... eu vos amo...". Palavras de amor em uma morte de amor, também se muitas vezes nos esqueçemos de qual terrível cruz essas palavras foram elevadas em direção ao Pai celeste.

Os últimos instantes antes de expirar foram uma dulcíssma extase que durou quanto o espaço de um Credo, a qual assistiram toda a comunidade ajoelhada perto da cama. Parecia que alguém as falasse e ela fazia pequenos movimentos como se quisesse responder: tinha nos seus olhos uma felicidade inexprimível. Uma infinita surpresa, come se as suas esperanças fossem estadas todas infinitamente superadas. Mas a surpresa maior era dada pelo que transparecia do seu vulto nasqueles instantes supremos: parecia que o acolhimento reservado a ela por Deus fosse um carinho e de uma misericórdia tais que nem ela, Teresa, conseguia imaginar.

Tinha dito um dia, para explicar a doçura com que se preparava a ir ao encontro com Deus: "Se Ele me chamará a atenção, mesmo só um pouquinho, eu não chorarei. Mas se Ele não me chamará a atenção, se me acolher com um sorriso, então chorarei!". (QC 21.7.2).

Por algumas horas o seu vulto aquistou uma comovente beleza, as mãos de Teresa apertavam forte o Crucifixo que não conseguiam tirá-lo da sua mão e o delicado corpo parecia aquele de uma moçinha de 12-13 anos. Assim como Jesus sobre a cruz, Teresa tinha revelado ao mundo toda a sua eterna filialidade, abandonando-se nas mãos de seu Pai.

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"O Bom Deus me dá coragem na proporção dos meus sofrimentos. Sinto que, no momento, não poderia suportar mais, mas não tenho medo, pois se Ele os aumentar, aumentará, ao mesmo tempo, minha coragem". (CA 15.8.6)

Aquilo que comove na descrição da paixão da jovem carmelitana é a sua chamada a voltar a ser menina, até á própria substância do seu ser ou seja, no espírito, na alma e até no corpo.

Eu sou "uma pobre pequena nada" dizia Teresa, contemplando com frémito de paixão e de doçura o Amor que irresistivelmente se abaixava até a ela. E no leito de dor aquela pobre nada, torturada pelo sofrimento, sabia que toda a sua esperança consistia no deixar-se amar.

Aquilo que Teresa teria querido comunicar a todos, mesma reduzida naquele estado deplorável, era o seu sentimento assim resumido em um escrito: "O Deus, como és doce para a pequena vítima do Teu Amor".

Enviado pelo amigo Vitor Hugo

 

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