O que realmente pensam os católicos chineses do Acordo Vaticano-Pequim?


29.07.2019 -

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Por Marcos Machado

A mídia nacional e internacional não se cansa de repetir que a China é o maior parceiro comercial do Brasil. A União Europeia por seu lado mostrou-se aberta e concessiva a um incremento comercial com a China ao mesmo tempo em que pressiona o Brasil inclusive na questão da Amazônia.

Por quê razão, perguntamos, a UE não pressiona a China pela liberdade religiosa, pelo respeito aos direitos da pessoa humana?

Recentemente nosso site postou um esclarecedor artigo sobre a denúncia feita contra a China, em Washington, na 2a. reunião sobre a liberdade religiosa.https://ipco.org.br/china-e-denunciada-na-2a-reuniao-anual-pela-liberdade-religiosa/#.XT5KjuhKguU

 Hoje vamos tratar da perseguição religiosa na China

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Artigo do Catholic Herald magazine, Anthony E Clark, 18 de julho, traz interessantes e vivos testemunhos da vida miúda de católicos chineses sob o Acordo Vaticano-Pequim.

“Recentemente eu caminhei lentamente até uma colina com um padre local em uma área remota da China. Ele ficou perto de mim enquanto subíamos as encostas íngremes da igreja de peregrinação mariana, não porque ele estivesse instável em nossa escalada, mas porque eu queria falar em um sussurro silencioso sobre o que está acontecendo na China”.

”As autoridades locais enviaram trabalhadores com equipamento pesado para ‘Sinicisar’ (*) nossa igreja“, ele me disse, “o que significava que eles destruíram nossas imagens ao ar livre enquanto assistíamos em agonia. O que podemos fazer? É assim que as coisas são””.

“Poucos dias depois, eu estava em outra província em um lar católico para órfãos, idosos e severamente deficientes. A mulher responsável, uma virgem consagrada, relatou que sua grande estátua de São José, perto do portão da frente, havia sido removida pelas autoridades. Nenhuma explicação nos foi dada”.

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“O que mais me impressionou nesses dois incidentes é que eles ocorreram depois que o acordo provisório foi assinado entre a Santa Sé e o governo chinês em setembro de 2018”.

Prossegue o articulista comentando que “alguns lugares que visitei prosperaram mais do que eu já vi antes” mas eram “localidades freqüentadas por visitantes estrangeiros, como Pequim e Xangai”. Ou seja, acrescentamos nós, lugares onde a tônica é dada por turistas e fazem parte da montagem do PC para iludir estrangeiros sobre a religião na China.

 O registro civil do Clero na China faz lembrar a Constituição Civil do Clero na Revolução Francesa

“O que agora mudou na paisagem católica da China é que, pela primeira vez desde 1949, o Vaticano sentou-se à mesma mesa do Partido e assinou um acordo, ainda que secreto. Por que, perguntam os fiéis da China, o Vaticano deve guardar segredos para as pessoas cujas vidas esse acordo já começou a afetar? Geralmente é o partido que opera em segredo, não os líderes da fé católica”.

“Agora temos outro anúncio de Roma (sobre o registro civil do Clero).  Mas o que isso significa para o padre católico na China que, de acordo com sua consciência, é obrigado a assinar um documento que obriga a concordar que a Igreja chinesa é “independente” de todas as potências estrangeiras, e em muitas províncias exige que ele impeça alguém com menos de 18 anos de entrar em sua igreja ou mesmo ser exposto à religião dentro de sua casa de família?

“Na China, o Estado afirma sua primazia sobre a religião, e isso não é aceitável para um católico que aceita a primazia de Deus e da Igreja acima de tudo.   O estado insiste que o clero deve concordar por escrito que a Igreja não pode ser governada por nenhuma entidade fora da China, incluindo a Santa Sé; não pode aceitar qualquer apoio material de fora da China; e não pode permitir quaisquer atividades missionárias estrangeiras”.

Perplexidades dos católicos chineses fieis à Roma

O documento (recente) do vaticano afirma: “A Santa Sé não pretende forçar a consciência de ninguém … [e] continua pedindo que o registro civil do clero ocorra de maneira a garantir o respeito à consciência e às profundas convicções católicas das pessoas envolvidas ”. Os católicos da China se perguntam se essa afirmação faz algum sentido. Pois como é possível que o governo da China possa “respeitar a consciência e as profundas convicções católicas” do clero, exigindo ao mesmo tempo que assinem um acordo manifestamente contrário à crença católica?

Declarações do Cardeal Zen

O Cardeal Joseph Zen, ex-bispo de Hong Kong, “apresentou uma dubia ao Papa Francisco. Eles dizem respeito à adequação e solidez das novas diretrizes para os padres e bispos chineses”.

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“A dubia do Cardeal Zen conclui com um apelo apaixonado: “Senhor, por favor tenha piedade da Igreja de nossa pátria e não permita que aqueles que desejam destruir a verdadeira fé tenham sucesso.” O cardeal não é o único líder da Igreja que está preocupado com o estado dos fiéis católicos da China”.

* * *

É possível a Igreja ter liberdade no Estado comunista?

Um estudo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira – A liberdade da Igreja no estado comunista”, publicado em diversos idiomas, com centenas de milhares de exemplares trata especificamente desta tese. A Igreja Católica não pode aceitar a coexistência pacífica com um país comunista que lhe cerceie a liberdade de pregar toda a sua doutrina.

Inclui, é claro, pregar sobre o direito de propriedade, baseado em dois Mandamentos da Lei de Deus.

Essa obra recebeu uma carta de louvor da Santa Sé como sendo um “eco fidelíssimo dos ensinamentos do supremo magistério”.

(baixe o livro gratuitamente) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ALIEC_1974_bucko.htm

(*) “Sinicização” é a palavra talismã usada pelo PC chinês para transformar a religião num instrumento a favor do comunismo.

https://catholicherald.co.uk/magazine/what-chinas-catholics-really-think-of-the-vatican-deal/ — Anthony E Clark é professor de história chinesa e diretor do Programa de Estudos Asiáticos da Universidade Whitworth em Spokane, Washington

Visto em: ipco.org.br

 

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