Coronavirus pode danificar proteína que transporta oxigênio no sangue, diz cientista italiana


05.05.2020 -

O SARS-CoV-2 poderia estar bloqueando a oxigenação do sangue, incluindo nos pulmões, o que provocaria as dificuldades de respiração nas pessoas, diz farmacologista italiana.

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A acadêmica de farmacologia italiana Annalisa Chiusolo acredita ter descoberto o mecanismo por trás da COVID-19: o novo coronavírus danifica a hemoglobina, a proteína que permite o transporte de oxigênio no sangue.

De acordo com a teoria de Chiusolo, o vírus, ao atacar a hemoglobina, reduz o teor de oxigênio no corpo humano, o que leva ao acúmulo de dióxido de carbono.

Por outras palavras, os glóbulos vermelhos não conseguem transportar o oxigênio por todo o corpo, o que causaria a síndrome de desconforto respiratório agudo (SDRA), uma condição em que o líquido se acumula nos alvéolos dos pulmões, privando o organismo de oxigênio.

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"As células pulmonares se tornam o local da tempestade de citocinas, a forte resposta imunológica responsável pela inflamação pulmonar aguda que caracteriza a pneumonia da COVID-19", explicou a acadêmica ao diário Jerusalem Post. O portal Science Daily define a tempestade de citocinas como uma "superprodução de células do sistema imunológico e seus compostos ativadores".

Chiusolo acredita que sua teoria explica por que os homens, especialmente os diabéticos, são mais vulneráveis ao coronavírus, e por que mulheres grávidas e crianças têm menor probabilidade de contrair o SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19.

"O valor da hemoglobina no sangue pode ser um parâmetro importante para avaliar a infecção pelo SARS-CoV-2: nos homens o valor normal da hemoglobina (Hb) é maior do que nas mulheres", diz Annalisa Chiusolo.

"Isto explicaria a maior incidência de pneumonia por COVID-19 em homens, comparado com mulheres, e a menor incidência e melhor prognóstico em crianças e mulheres grávidas, onde os valores de Hb são menores devido a uma maior necessidade de ferro, o que torna menos disponível esta 'nutrição' para o vírus", explicou Chiusolo ao Jerusalem Post.

O coronavírus também parece causar pneumonia mais frequentemente em pessoas idosas ou pacientes de meia idade com diabetes.

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Ambos são grupos associados ao aumento dos níveis de hemoglobina glicosilada, que se forma quando a hemoglobina se liga ao açúcar no sangue.

Papel da hidroxicloroquina

A cientista também avaliou se a hidroxicloroquina, um antiparasitário que pode ser utilizado para tratar a malária, além do lúpus e artrite, é eficaz contra o novo coronavírus. Segundo Chisuolo, a hidroxicloroquina bloqueia a enzima chave da malária através da ligação à ferriprotoporfirina do éster metílico da ecgonina (EME).

A ferriprotoporfirina é um componente de uma molécula da hemoglobina que ajuda o oxigênio a se ligar a ela.

"Então, eu pensei que este mesmo mecanismo poderia ser usado contra o SARS-CoV-2 ..

Na verdade, um estudo de uma universidade chinesa mostra que o SARS-CoV-2 se liga à cadeia beta da hemoglobina, inibindo o metabolismo da EME", explicou a acadêmica.

A farmacologista acredita que a hidroxicloroquina poderia tratar os sintomas da COVID-19 limitando seus efeitos no organismo, mesmo que o sistema imunológico ainda não tenha desenvolvido anticorpos através da exposição ao vírus ou de uma potencial vacina.

A hidroxicloroquina já foi submetida a testes em todo o mundo. A Agência Italiana de Medicamentos (AIFA, na sigla em italiano), a autoridade nacional responsável pela regulamentação de medicamentos na Itália, aprovou um ensaio com hidroxicloroquina envolvendo 2.500 pacientes, que deve começar em julho.

Os dados preliminares do ensaio são esperados dentro de 16 semanas após seu início, e irão determinar se o medicamento faz diminuir a probabilidade de contrair a COVID-19.

Entretanto, Chisuolo também admitiu que o medicamento pode ter efeitos colaterais adversos, especialmente em pacientes que têm doenças cardíacas.

A hidroxicloroquina foi associada em pacientes com COVID-19 à arritmia cardíaca, um batimento cardíaco irregular, seja muito rápido ou muito lento, por pesquisadores do Centro Médico de Beth Israel Deaconess, em Boston, Massachusetts, EUA.

Via: br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia

 

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